Sobre estudar Teologia [parte 1] – A escolha pelo curso
[Retalhos - Craig Thompson]
[No ano de 2014 eu me formei em Teologia e eu queria contar
um pouco de como foi esse processo para mim.]
Fui criada na igreja evangélica
presbiteriana. Mais especificamente, na Catedral Presbiteriana do Rio de
Janeiro. Porém, com 13 anos, eu decidi me aproximar um pouco mais da ideia de
Deus. Foi uma trajetória longa de um ano para, de fato, me entender como
convertida e com 14 anos fiz uma opção pelo cristianismo na minha vida como
escolha própria, não da minha família. Naquela época, todavia, eu não sentia
nenhum suporte da igreja para essa minha decisão. Tive que trilhar de forma
muito improvisada.
Pessoas tímidas e desconfiadas
tem dificuldade, a gente se sente sozinha, então como eu gostava muito de
internet procurava por conta própria algumas coisas sobre minha fé. Me
interessei por tudo que era moda 2007/2009 para os jovens crentes: igreja
emergente, SOLOMON1, sexxxchurch, amor é um movimento, To Write Love In Her
Arms, igreja orgânica, Rod Bell. Ouvia palavrantiga, Switchfoot, Leeland,
Underoath e, não posso me esquecer, minha banda favorita da época - Relient K. Minha
vida era virtual, vinculada a blogs e ao que lia neles.
Foi a época que também eu li muitos
livros do CS Lewis. Muitos mesmo, li uns oito, quando todo mundo só falada de
“Cristianismo Puro e Simples” e, no máximo, “Os quatro amores”. Dei a louca e
comprei As Confissões de Santo Agostinho, que também foi o livro da minha
adolescência. Naquela época também era modinha falar de apologética. Nesse
momento, me parecia legal, decorei todos os argumentos da existência de Deus,
seja de Biologia, Cosmologia, lógica. E, no meio desse borbulhar tanto, li a
Bíblia inteira três vezes. Afinal, fui percebendo que falar, ler e entender
mais sobre minha fé me movia de uma
forma surpreendente. Eu amava isso.
Foi muito natural um desejo de se
estudar Teologia. Queria dar continuidade a essas coisas que eu lia mesmo na
faculdade. Não me via de outra forma.
E havia um tema em particular me
descentralizava demais: uma possibilidade de se pensar uma igreja diferente.
Foi o tempo que eu li o “Cristianismo Pagão”, do Frank Viola e esse me
despertou. Me tornei fã de Frank Viola,
o amava, assim como eu amava Relient K e CS Lewis. Eu tinha 15/16 anos e já pensava
sempre: Eu vou fazer Teologia e minha monografia vai ser sobre o Cristianismo
Pagão. Quero pensar uma nova igreja, sem templos, dentro de casas. Isso me
move. Quero estudar igreja.
Não foi diferente. Sabia que eu
estudaria Teologia, mas minha família nunca me permitiu estudar só Teologia. Foi quando uma longa
trajetória de vestibulares me levou para a Psicologia – assunto para outro
post. Consegui a vaga para a Puc-Rio e a UFRJ, a qual preferi a última.
Quanto a Teologia também tive que
considerar aonde estudar. Eu queria muitíssimo ter feito na PUC-Rio, mas como
era tempo integral não conseguiria suprir a demanda dos meus pais por outra
faculdade. Havia, além dela, a Faculdade Batista do Sul, a da Assembléia de
Deus e a Metodista, conhecida como Bennett, reconhecidas pelo MEC. A decisão
foi feita por qual era mais perto da minha casa, devido a impossibilidade de
fazer dois cursos muito distantes. Isso me levou a estudar Teologia no Bennett.
Se me perguntassem do que eu iria
fazer com Teologia, não saberia responder. Só sabia que queria estudar, e
estudar muito. Porém, não só estudar. Queria viver de saber muito sobre a fé,
não sei como. Sei lá, eu escreveria livros, seria professora, palestrante. Só
sei que eu precisava da Teologia.
E eu acreditava que muitas outras
pessoas, assim como eu, estariam dentro desse curso para se adentrar nesse
mundo de cabeça. Só que a Teologia foi bastante diferente do que eu imaginava.
[CONTINUA]
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