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Mostrando postagens de novembro, 2015

O silêncio do dia do teólogo.

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Hoje dia 30 de novembro, é o dia do teólogo e o silêncio é tão grande que eu mesma pensei em nada escrever, deixar assim mesmo e não comentar sobre isso. Porém, me soa muito errado deixar desse modo, não só porque eu sou teóloga, mas também porque o espaço do ser teólogo é uma conquista, uma história e está muito ameaçado. Nós vivemos no país chamado Brasil que no último censo de 2010 mapeou um montante de 64,63% de pessoas que se consideram católicas e 22% de evangélicos, um crescimento considerado, lembrando que em 1980 o número era de 6,6%. Além destes, sobram 13,37% de pessoas no Brasil a qual apenas 8% se consideram absolutamente sem religião – sem que, todos os sem religiões sejam ateus e agnósticos. A partir desse mapa, vemos um país religioso, em sua grande maioria cristã e que fazem questão de se dizer cristão para um documento do governo. Então estudar religião se torna, no Brasil, facilmente uma tarefa de impacto social, que conversa com a realidade e que deve

Sobre a Teologia [parte 3] - ser Teóloga (?).

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Depois que você já saiu do choque dos primeiros momentos da Teologia, começa vida mais intensa na faculdade. Aos poucos fica claro o que é ser teólogo. Você começa estudando um pouco de introdução a Bíblia, introdução ao método Teológico, documentos da fé e se prepara para as matérias específicas. Como em qualquer faculdade, você estudará disciplinas aleatórias. Tive a oportunidade de não cursas todas as aleatórias porque muitas eu havia feito na UFRJ, então facilitou. Todavia, coisas inúteis vi, como a matéria de Psicologia da Religião. Sim, eu estudo psicologia. Sim, sou formada em Teologia. Sim, a matéria de Psicologia da Religião foi inutilíssima. Um detalhe muito comum na faculdade de Teologia é ter professores desconexos. Isso proporciona uma formação estranha. Afinal, o professor de Psicologia da Religião era padre e filósofo. Nosso professor de Hebraico não fez Letras. E, pela situação complicada que a faculdade passava financeiramente, não era possível contrata

Sobre a Teologia [parte 2] – Um curso curioso.

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Como apresentei no texto passado, eu achava que Teologia seria um antro de pessoas jovens e alternativas que gostavam de estudar a fé cristã. Pensava também que eu iria fazer vários amigos daquele jeito que eu conhecia na internet que pensavam uma nova forma de ser igreja. Eu estava completamente errada. Primeiramente a minha turma, que tinha cinquenta pessoas, tinha menos de dez na faixa dos vinte anos. Eu, na época, era a mais nova, de 18 anos. A turma se dividia em praticamente dois grandes grupos: aqueles que, mais velhos, decidiram estudar Teologia porque gostam ou aqueles, os mais novos, que vão ser pastores. Nunca consegui ser próxima dos seminaristas, principalmente porque eles não tinham interesse nenhum em aprender Teologia. Isso me deixava bastante irritada. De um lado havia os adultos, com filhos, falando de suas esposas e seus trabalhos, noutro um bando de jovem sem cabeça que tinha pai/tio/contato pastor e que já estava ganho na vida. Só faltava o diploma. Assim,

Sobre estudar Teologia [parte 1] – A escolha pelo curso

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[Retalhos - Craig Thompson] [No ano de 2014 eu me formei em Teologia e eu queria contar um pouco de como foi esse processo para mim.] Fui criada na igreja evangélica presbiteriana. Mais especificamente, na Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro. Porém, com 13 anos, eu decidi me aproximar um pouco mais da ideia de Deus. Foi uma trajetória longa de um ano para, de fato, me entender como convertida e com 14 anos fiz uma opção pelo cristianismo na minha vida como escolha própria, não da minha família. Naquela época, todavia, eu não sentia nenhum suporte da igreja para essa minha decisão. Tive que trilhar de forma muito improvisada. Pessoas tímidas e desconfiadas tem dificuldade, a gente se sente sozinha, então como eu gostava muito de internet procurava por conta própria algumas coisas sobre minha fé. Me interessei por tudo que era moda 2007/2009 para os jovens crentes: igreja emergente, SOLOMON1, sexxxchurch, amor é um movimento, To Write Love In Her Arms, igreja orgânica,

O que é ter um blog?

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[Retalhos - Craig Thompson] Olá, Escrever um blog me traz muito medo. Medo porque eu sinto que desejo falar e a possibilidade de falar dentro dos nossos espaços comuns - facebook, debates - são muitos voltados a intolerância, a desumanização daqueles que fazem parte. Não o desejo, mas ser silenciada é muit duro. Por isso, mesmo com medo, decidi fazer um blog. Não ligo em ter minhas ideias desrespeitadas, mas eu não sou psicologicamente muito estável para ver alguém me recusar pelo que eu penso. É de meu maior interesse que, no que depender de mim, terei paz com todas as pessoas. Porém, se eu tenho tanto medo, por que eu estou escrevendo? Acho que farei um post sobre silenciamento e fala, aonde poderei comentar um pouco mais sobre isso, mas a princípio eu posso comentar de que eu sempre tive blogs. Eu escrevo em blogs desde meus 11 anos a qual minha maior preocupação no meu blog era fazer um fã clube de Inu-Yasha. Posteriormente fiz blogs mais pessoais. Aos meus 17 anos fiz