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Mostrando postagens de setembro, 2016

A fé que elas constroem

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Estive ouvindo muitas pessoas. Muitas mulheres, principalmente. E tem sido no mínimo curioso perceber que praticamente todas as mulheres cristãs que tenho conversado recentemente não estão mais na igreja em que foram criadas. Posso contar nos dedos aquelas que me disseram que permaneceram na mesma instituição.   Também tenho ficado impressionada com a quantidade de iniciativas, como o Projeto Redomas, Meu Pastor Abusador, dentre outros, de se relatar experiências traumáticas, além das constantes postagens em páginas feministas e cristãs aos quais mulheres procuram uma comunidade que elas se sintam bem. De início, eu sinto um estranhamento, incutido desde muito nova, advindo de minha família de igreja tradicional. Eu cresci em uma família evangélica e, na minha época de infância, ouvia muito que quem mudava de igreja eram os crentes descompromissados . Cresci vendo o boom neopentecostal, com multidões sendo arrastadas por líderes carismáticos e por promessas de

Cristão, vamos conversar sobre suicídio?

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(Le Semeur de Van Gogh, que se matou aos 37 anos.) “Laços de morte me cercaram. E angústias do inferno se apoderaram de mim Caí em tribulação e tristeza...” (Salmo 1116.3) Falar de suicídio me faz lembrar minha avó. Ou, mais especificamente, do pai dela, meu bisavô. Este se matou quando ela era pequena. O motivo nem chega a ser um assunto comentado na família, já que a própria morte dele não se deve falar. Só sabemos da história posterior da vida dela. A mãe dela ficou desamparada por um tempo no interior de Pernambuco e minha avó cresceu com muitos irmãos. Para logo sair de casa, ficou noiva bem jovem de um primo. Porém, para a infelicidade de minha avó, ele morreu de uma doença repentina perto do casamento. Ela não agüentou a tristeza e viu no convento um lugar de cura. Foi freira carmelita descalça.   Assim, a religião a acolheu, como ela normalmente faz com os desamparados. Um belo dia, depois de vários anos, percebeu que seu lugar não era mais