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Mostrando postagens de 2018

Verdadeiro amor

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Pregação (11/11) Boa noite, queridos, gostaria que abríssemos nossa bíblia em Filipenses 1.9-11. Esse texto, muito belo, pode ser lido de muitas formas. Podemos pensar na igreja em Felipos, a qual Paulo estava preso e foi torturado e, mesmo nesse estado, escreveu estas palavras para inspirar a igreja. Essa é uma leitura linda e sugiro que todos façam o esforço de ler a bíblia por conta própria e degustem esse livro, talvez para começar. Mas meu objetivo é outro, eu quero que a gente possa entender com mais plenitude essa mensagem escrita por Paulo, fazendo um paralelo com um texto dos evangelhos que está em Marcos 14.3-9. Existe uma teoria que eu gosto que diz que, provavelmente, Paulo foi contemporâneo de Jesus, por motivos de idades, pensamentos etc. E, apesar de saber que Paulo não tinha acesso ao evangelho e essa não era uma questão para ele, o fato de entendermos Paulo a partir de cristo é crucial na nossa fé, é o que chamamos de chave de leitura. Ler a bíbli

Política, reconciliação e o que Jesus faria

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Quadro: O chamado de Mateus 9  Saindo, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: “Siga-me”. Mateus levantou-se e o seguiu. 10  Estando Jesus em casa, foram comer com ele e seus discípulos muitos publicanos e “pecadores”. 11  Vendo isso, os fariseus perguntaram aos discípulos dele: “Por que o mestre de vocês come com publicanos e ‘pecadores’?” 12  Ouvindo isso, Jesus disse: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. 13  Vão aprender o que significa isto: ‘Desejo misericórdia, não sacrifícios’. Pois eu não vim chamar justos, mas pecadores”. Mateus 9. 9-13  Um dos temas muito pautados no momento atual é a questão da reconciliação ou não entre pessoas feridas no processo de eleição. Uma eleição esta que levou o que chamávamos desde de 2014 de polaridade política ao extremo - a meu ver, uma polarização assimétrica, mas na mentalidade do senso comum a gravidade seria a mesma.  De um lado, temos uma popu

Branquitude, vida e Teologia

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Eu tenho pensado nesse texto há alguns meses. Toda vez que começava a escrever pensava no quanto este seria falho e o quanto era capaz de estar prejudicando alguém. E, sendo mulher, tinha medo de me tornar aquilo que eu mais odeio: um ser como o feministo, a esquerdobranca, que quer passar por cima dos debates de negritude achando que está fazendo algo de bom. Tento me apegar a uma frase que ouvi a qual diz: “o racismo é algo criado pelos brancos então eles que se virem de resolver.” E foi o pontapé iniciar. Falar de branquitude, vida e teologia é o propósito final de uma sequência longa de pensamentos, a qual vai vendo que cada vez o buraco é mais embaixo. Na época de natal, dezembro, eu fiz uma coisa que sempre quis: comprar um presépio. Sempre gostei de iconografias, cruzes e símbolos religiosos e faço coleção a fim de melhorar minha fé: tenho uma cruz contemporânea, uma imagem de cristo latino-americano de 1970, de uma igreja perseguida no oriente médio a qual c

Catarina Mattei, mulher segundo o coração de Jesus. - Em blogs parceiros IV

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O Senhor está perto de todos os que o invocam /De todos os que o invocam sinceramente. Salmos 145.18 Há cerca de cinco meses comprei um livro que recomendo a todas chamado O Livro das Santas, da autora Sarah Gallick, uma autora americana que decidiu fazer um devocionário com uma santa por dia. Diferentes dos comuns devocionários católicos, este conta a vida das mulheres e dá um parâmetro do quanto estas foram importantes para a época, acompanhado de um versículo bíblico que inspirou esta mulher. E, sem sombra de dúvida, fiquei fascinada por estas mulheres, tendo cada vez mais raiva do nosso contexto religioso por nunca ter apresentado a mim – mesmo eu tendo estudado durante anos em instituições católicas. “Por que nunca me contaram que houveram mártires mulheres na china e no japão?”, “Por que nunca me contaram destas maravilhosas mulheres que criaram instituições de educação e hospitais?”, “Por que nunca me falaram que havia a possibilidade de mulheres terem intimidade

Por uma fé contraproducente (Em blogs parceiros - III)

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Recentemente eu tive um ataque de pânico dentro da igreja. Logo após a uma pregação que fiz. Suor frio, desconexão das pessoas a volta, claustrofobia, choro descontrolado, sensação de desmaio e falta de ar. Uma sensação de vergonha, de estar mostrando fraqueza para meus irmãos. Ao surgirem as lágrimas, rapidamente saí do ambiente e vivi um sentimento terrível de fracasso. Fracasso como exemplo espiritual, fracasso como uma teóloga, fracasso em todo meu avanço terapêutico, fracasso. Toda minha confiança nos irmãos e na experiência orgânica de minha igreja pareciam desaparecer dentro de um sentimento tão maior de fragilidade.   Mesmo ouvindo elogios de minha pregação, me senti fracassada porque eu estava passando por momento de fragilidade psicológica que me tirava toda a confiança. Após essa experiência passei por um processo de refletir sobre o sentido desse surto. Em 2014 eu realizei uma pesquisa com acerca do sofrimento do trabalho pastoral e, nas entrevistas, muitos

Como me mobilizar?

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Estudo do livro de Esdras Antes de tudo, sobre o livro. Esdras significa Auxiliador, Ajudador. É o segundo grande líder de libertar o povo hebraico, saindo do domínio dos Babilônicos. O primeiro foi o príncipe Sesbazar.  Ele, junto com Neemias, seria um livro só na bíblia hebraica. Neemias seria a continuação de Esdras. Ele seria um sumo sacerdote ou um escriba e foi chamado por Ciro que foi chamado para libertar o povo de Israel (Jeremias havia profetizado mesmo cita Ciro como se fosse um messias, um libertador). Data da época de 539-530 a.c  como livro histórico. Sendo movido para servir. Motivação voltou a moda com o coach. Motivação é uma das áreas da psicologia que é definida como a força que nos impulsiona. Trabalhamos formas de a impulsionar, mas não existe formula mágica. Maslow diz que nossas motivações são por uma escala de necessidades sociais, a psicanálise por nossa libido e pulsão de vida/morte; as terapias comportamentais por reprogramação cognitiva,

Quem é a mulher para que Deus se lembre?

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Na bíblia temos duas histórias paralelas que cabe reparar. Uma é de Abraão e outra de Jefté . Abraão recebeu uma mensagem do Senhor de que ele deveria sacrificar seu filho prometido Isaque. O filho querido, já que Ismael era ilegítimo , filho de uma egípcia e cabe pontuar, africano. Isaque era de uma linhagem “boa”, filho de Sarah, amado pela família. Este foi pedido por Deus. Noutra história temos Jefté, um homem de Deus e de família abençoada, da genealogia abraâmica. Um juiz de Israel que, por meio de negociações com os povos vizinhos não conseguiu ter paz, acirrando um combate face a face. Ele precisava vencer essa batalha e fez um juramento perante de Deus que a primeira coisa/pessoa que viesse a sua frente após a batalha, iria sacrificar ao Senhor. E, ao chegar na terra, a primeira pessoa que vê é sua filha, sua única filha. No período de Jefté já era conhecida a lei mosaica a qual não só tinha o mandamento principal “não matarás”, como também condenava sacrifício

Mulheres e o fundamentalismo: A religião no caso da PEC 181/15 (parte 2)

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  (continuação) Quando se fala sobre conservadorismos, no senso comum, se associa a grupos estanques, porém este é um campo em movimento. Quando se fala de conservadorismos, se deve perguntar: conservador em relação a o quê? Assim, quando tratamos por exemplo do termo evangélico, devemos considerar que é um termo em disputa. Os próprios fieis evangélicos muitas vezes são mais tolerantes que os parlamentares que eles representam. A pesquisa realizada na marcha para Jesus demonstra que, por exemplo, não é unanimidade entre os evangélicos a discussão sobre aborto e casamento homoafetivo. Para isso, é importante conceituar o que é conservadorismo e fundamentalismo. Almeida (2017) diz que se consolidaram nos últimos anos forças da restrição de alguns direitos garantidos da Constituição de 1988 e tal movimento tem sido denominado de “onda conservadora”. Esta muitas vezes, ao ser vinculada a religião causa paradoxos como a pena de morte, aborto e eutanásia que guardam em comum a co