Verdadeiro amor
Pregação (11/11)
Boa noite, queridos, gostaria que abríssemos nossa bíblia em
Filipenses 1.9-11.
Esse texto, muito belo, pode ser lido de muitas formas.
Podemos pensar na igreja em Felipos, a qual Paulo estava preso e foi torturado
e, mesmo nesse estado, escreveu estas palavras para inspirar a igreja. Essa é
uma leitura linda e sugiro que todos façam o esforço de ler a bíblia por conta
própria e degustem esse livro, talvez para começar.
Mas meu objetivo é outro, eu quero que a gente possa entender
com mais plenitude essa mensagem escrita por Paulo, fazendo um paralelo com um
texto dos evangelhos que está em Marcos 14.3-9.
Existe uma teoria que eu gosto que diz que, provavelmente,
Paulo foi contemporâneo de Jesus, por motivos de idades, pensamentos etc. E,
apesar de saber que Paulo não tinha acesso ao evangelho e essa não era uma
questão para ele, o fato de entendermos Paulo a partir de cristo é crucial na
nossa fé, é o que chamamos de chave de leitura. Ler a bíblia por Jesus.
E no paralelo desses dois textos – um narrativo e outro em
carta – eu vejo uma beleza que me faz entender melhor a Cristo e a Paulo.
Gostaria então de elencar alguns temas que me despertam nesses textos
·
O
amor
Na história do evangelho vemos um exemplo muito claro do que
significa um amor que aumenta mais e mais. Quando estamos apaixonados, nos
derretemos ao lado da pessoa amada, gastamos dinheiro comprando o melhor,
perdemos as vezes a noção de gasto, de universo, de política, de tudo, apenas
fazemos. E, no caso, nós temos dois exemplos bíblicos que diz isso para nós:
que o amor aumente mais e mais. Não pense muito, apenas ame. Ame intensamente,
apenas ame.
·
Pleno
conhecimento
Aqui, quando Paulo fala de conhecimento, é de conhecer de
fato com o que estava se lidando. E eu vejo uma mulher que, apesar de muito
intensa em seu sentimento em seu amor, ela sabia de quem estava se tratando. Jesus
diz que ela antecipou a unção de sua sepultura, logo, ela sentia que estava de
fato frente a frente com o Filho de Deus. Ela sabia das profecias de Isaías de
que o Messias ia morrer e sabia que naquele momento era o momento de
engrandecer o Messias. E, nesse aspecto, os apóstolos podiam até saber, mas não
tinham a segunda característica principal para entender o amor.
·
Percepção
A percepção, discernimento, e outras palavras encontradas na
bíblia se referem ao dom espiritual que anda ao lado do dom de maestria:
capacidade de realmente entender, de captar pequenos detalhes que separam, por
exemplo, a justiça da injustiça. Afinal, era justo num momento de extrema
pobreza e exploração do povo judeu uma mulher simplesmente desperdiçar perfume?
Era bom fazer um gesto de ostentação para o Cristo que nunca quis ser servido?
E nesse aspecto a percepção faz toda a diferença. Para ter
ideia, na psicologia, nós temos uma disciplina chamada percepção a qual
estudamos por um ano a construção de como percebemos o mundo. Por exemplo, duas
bolinhas que aparecem uma seguida da outra no nosso cérebro sempre nos faz
achar que tem um movimento. Isso é, dois fatores próximos consecutivos sempre
vão parentar ter a ver com o outro. Como, seu marido pegou o telefone de uma
mulher bonita e nos dias seguintes olhou muito o celular. Podem ter nada a ver,
mas a conclusão automática do nosso cérebro é associar.
E a percepção é a
capacidade de separar, de analisar, de separar a alma do espírito, como a
bíblia fala. Algumas coisas de percepção nós podemos treinar, mas outras são
espirituais mesmos.
·
Coisas
excelentes
E isso nos fará produzir coisas excelentes. Para os
discípulos, sem discernimento nem conhecimento profundo das profecias, o melhor
seria vender, dar aos pobres. O discernimento e o conhecimento são o que vão
nos fazer coisas excelentes.
Outro valor que a gente vê na carta de Paulo é como vamos
estar quando vier a vinda de Deus e percebemos algumas sugestões de cristo para
estarmos discernindo e aprendendo.
·
A
sinceridade
A mulher era tão sincera em querer que Jesus ficasse o mais
feliz possível que quebrou o vaso e simplesmente derramou em Cristo, sem pedir
licença. Essa sinceridade, todavia, não tinha nos discípulos. Eles murmuravam
contra ela, como a gente vê em muitas outras vezes quando mulheres tentam se
aproximar de Cristo para receber um milagre ou mesmo quando as mulheres falam
da ressurreição de Cristo. Eles não eram sinceros no desejo de cuidado dos
pobres, eles estavam menosprezando que uma mulher pudesse estar tão próxima de
Cristo. E, nesse aspecto, vemos em Paulo a outra sugestão ao povo de filipo era
deles serem inculpáveis.
·
Inculpáveis
Jesus não fica de meio termo com os discípulos, “poxa, feriu
a masculinidade dos meus amigos mais próximos”, “não, mulher, meus Brothers
primeiro”, “sabe, mulher, de fato, você tá sendo muito impulsiva, parece
louca”. Nada. Jesus os repreende, diz que quem tava fazendo a boa ação era ela,
que ela teve o discernimento e não só isso ainda disse que sua história seria
contada por todo mundo, e não em memória de Cristo, mas em memória dela.
·
Verdadeira
Justiça
Isso demonstra que ela teve discernimento do que era de
verdade justiça naquele momento. Ela era marginalizada, ela sabia que os
marginalizados – que é a mesma palavra de pobres – precisavam de ajuda. Mas o
que é de fato justo não é o que eu acho, mas o que é justo, mediante Jesus
Cristo, como vemos aqui na carta de Paulo.
·
Verdadeira
glória
E isso demonstra também quem de fato seria glorificado. Ela
não fez esse ato esperando aparecer nos evangelhos para todo o sempre e ganhar
pedrinha na coroa. Ela fez isso para profetizar que Jesus iria ressuscitar, que
o corpo precisava ser cuidado porque Jesus ia voltar depois da morte. Era a
Glória dele e o louvor dele. Enquanto os discípulos, talvez na maior boa
vontade, não estavam perante Jesus buscando a glória do Cristo. Não havia
sinceridade, falta de culpa, discernimento e conhecimento real das escrituras.
Assim, podemos fazer esta oração que Paulo faz novamente, nos
atentando em nossos erros e buscando retornarmos no caminho de Cristo. (reler
Fl 1.9-11)
Deus os abençoe
Comentários
Postar um comentário