Pregação - Fragilidade e graça.




O sentido da pregação deste domingo veio da reverberação da pregação passada, sobre a igreja de filipos e seus fundamentos, que são a diversidade, a restituição e a gratidão. Cada um teve seus afetos, impressões e grandezas, como acabamos conversando durante a pregação, mas a mim compartilho a importância do fundamento. Fundamento. Já nos assustamos tanto com essa palavra, não? Tantas violências, tantos abusos pelo que chamamos por fundamentalismo, mas ainda assim, as nossas maiores potências vem de quando conhecemos nossos fundamentos como vemos em Mateus 7.24-27

Aqui fala de ensinamentos que são rochas, que constrói as paredes da igreja, mas também ao nosso coração. E, por um certo zeitgeist, me veio o fundamento “Rei Leão”: Lembre-te de quem você é. Ou podemos relembrar do Jean Valjean se perguntando em Os Miseráveis a base de toda crise e graça: quem sou eu? 

Essa é uma pergunta bastante antiga, é a base do que chamamos de antropologia teológica. Quem é o ser humano? Nas minhas lembranças presbiterianas, o ser humano era péssimo por desagradar a Deus, péssimo por não conseguir alcançar a Deus, ajudado por Deus por sua incapacidade e seu caminho era de uma eterna dependência porque você é péssimo. Resumindo, a total depravação. Em outras teologias há maior possibilidade de ação boa do ser humano por ser imagem e semelhança de Deus, mas além de discutir teologia e as nuances, gostaria que a gente lembrasse de algumas informações que a Bíblia nos traz.

Gn 2. 7 – Eu sou pó
Sl 90.12 – Eu sou finito
Mc 2.17 – Eu sou necessitado
Rm 3.23 – Eu sou pecador

Então o nosso destino é a baixa auto-estima? A tristeza total? Ou, melhor, quais caminhos nos são indicados para agirmos e pensarmos quando vemos o que somos?

Lc 7.36-50 – O caminho da fé, perdão e amor.
Lc 18.18-30 – O caminho da entrega
Jo 3.1-21 – O caminho do retorno a nossa fragilidade
Ef 1.8-9 – O caminho da graça, não de nossa vanglória. 

Isso tudo nos conduz ao que Paulo fala em 2 Coríntios 12.10, de como quando estamos fracos, ai sim estamos fortes. É na fraqueza, nos nossos sofrimentos, que nascem nossas maiores lutas e firmezas para o futuro. Mesmo quando a tristeza, a fraqueza, é enorme, dura, de várias gerações, com muitas dores e decepções. Cada dor me fez chegar aqui, meus melhores textos, minhas melhores palavras. Sou grata a minha fragilidade. E vocês? 

Meditemos no texto do Salmo 139 em silêncio e Deus nos abençoe.

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