Pregação: sobre ser igreja.
O
grande motivo pelo qual nós formamos igrejas, nós evangelizamos, nós cantamos,
é porque nós queremos viver o Reino de Deus e queremos que Ele venha na sua
plenitude. Como já comentamos antes, ele é o já e o ainda não. Isso é, o Reino
foi consagrado em Jesus, mas só estará completo com sua volta.
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E
por mais que o Reino seja o tema principal da trajetória de Jesus na terra, sem
a menor sombra de dúvidas, a igreja fala pouco desse Reino, de como ele é, para
que tenhamos parâmetros de como devemos concretizar. Então hoje entraremos num
texto bem explicativo sobre esse Reino. Que está no livro de Mateus 18.1-14.
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Se
você reparar bem, nas bíblias no geral estão separadas em três títulos, mas
trata-se de um tema só, trabalhada de 3 grandes modos.
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A
primeira parte fala de quem é essa pessoa que faz parte do reino. A segunda
fala do que a gente não deve fazer fazer em relação a essas pessoas e , por
último, o que devemos fazer.
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No
capítulo 18. 1-5, encontramos os discípulos perguntando sobre quem seria o
maior nos Reinos dos céus. Se formos pensar de uma forma crua, teológica, Jesus
poderia ter dito “ora, eu sou o maior do Reino, eu sou o Cristo.” Ou “O Pai é o
maior do Reino”, mas ele descentraliza esse Reino e coloca no meio dos
discípulos uma criança. No grego, a palavra usada é Paidíon, que é criança ou
infante, mas que era um termo usado para escravos também, mas eu vou explicar
porque o texto não pode ser traduzido por escravo em breve.
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Não
sei o quanto cada um aqui sabe sobre história da infância, mas a criança era um
ser muito desvalorizado até outro dia desses. Se você for ler a história Social
da Criança e da Família, você vai ver que as crianças eram divididas entre
aquelas um pouco maiores que podem já trabalhar com os pais e aquelas que eram
vistas como maquaquinhos, as menores, que normalmente ficavam com um vizinho e
ninguém se importava porque tinha uma grande chance de morrer. Isso até mais ou
menos a metade da idade média. Só se começaram a ter o costume de pintar a
criança na família no século XVI. Não existia a valorização da infância, do
deixar a criança ser criança como nós temos hoje. E, nesse sentido, Jesus faz
uma revolução muito grande.
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E
logo, em seguida, Jesus radicaliza essa afirmação. No versículo 3, em
português, nós temos Jesus dizendo que se não tornardes como crianças, de modo
algum entraremos no Reino de Deus, mas no grego ele dá um pulo ainda maior. A
palavra grega usada nesse momento é paidia. Paidia não é criança. Paidia é
coisa que criança faz. Paidia, nos dicionários podem ser traduzida como
brincadeira, joguinho, piada. Por exemplo, um pique pega é uma paidia. Jesus
não quer só que sejamos como crianças, mas sim que a gente se insira, seja viva
de forma encarnada o lugar da criança. É como se Jesus dissesse que se a gente
não brincasse como uma criança, de modo algum entraríamos no Reino do céu. É
uma mudança de perspectiva.
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Logo
em seguida, Jesus pega o exemplo da criança e insere dentro de um grupo ainda
maior, onde a criança está inserida que é dos pequeninos. Os pequeninos já não
são só crianças. No grego é microns, que encontrei no dicionário como “os sem
importancia”.
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A
essas pessoas, duas são as coisas mais importantes para Jesus: não fazer essas
pessoas se afastar dele, a todo custo. Escandalizar, no grego (Scandalion), é
induzir ao pecado, ser uma cilada, criar obstáculo. E, também, lembrar de que
Jesus está mais disposto a ir atrás dessas pessoas do que até mesmo daqueles
que estão mais próximos dele. Todo trabalho de Cristo não é para nós, os
salvos, os que já estão na igreja, mas sim para eles. Então, que a gente faça
como Jesus falou, não medir esforços tanto para se controlar a fim de preservar
outros como de ir atrás daqueles que necessitam do amor de Deus.
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