Pregação: sobre amor e apatia
Moltmann em “paixão pela vida” Primeiro texto: Apatia, originalmente, significava “ausência de sofrimento”. Os povos antigos consideravam-na a mais alta virtude dos deuses e dos homens. Acreditavam que Deus era bom sem qualquer participação no mal. Era perfeito. Não podia sofrer. Era eterno. Não morreria jamais. Era auto-suficiente. Dispensava amigos. Deus, então, na sua plenitude não podia sofrer, caracterizando-se pela suprema apatia. Estava acima de necessidades e impulsos. Acreditavam eles que a felicidade não se definia pela realização dos desejos. Bem ao contrário, era alcançada pelo abandono do que mais ardentemente queremos. Daí a importância de uma vida sem paixão, sem explosão de raiva, mas também sem amor. A verdadeira felicidade pairava acima do sofrimento e da alegria. Os que quisessem alcançar a divindade e a liberdade, ao mesmo tempo, deveriam vencer os desejos, dominar os impulsos e cultivar a apatia. (...) Em discursões religiosas, até mesmo entre os crist...